domingo, 18 de janeiro de 2009

Talvez

Ele estava apaixonado e sofria por isso. Era um amor não correspondido. Ele sofria e não escondia isso de ninguém. Era preciso seguir o script.
A coisa com a qual ninguém contava era a natureza humana.
Todo ser precisa procriar. O amor é procriação. Chega uma hora na vida do homo sapiens em que nada mais importa além da perpetuação da espécie.
Perpetuação da espécie é amor puro.
“Procriar é muito mais que fazer uma cópia de si mesmo, é criar um ser novo, através de você” disse um robô que queria ser reconhecido como uma forma de vida, e pra isso queria passar por todas as fases dos seres vivos: nascimento, procriação e morte (Ghost in the Shell).
Chega uma hora em que estar apaixonado (geneticamente: procriar) se torna mais importante que ter um emprego fixo ou uma estabilidade ou o diabo a quatro. Chega uma hora em que jogar tudo isso fora pelo amor vale mais que tudo na vida, pois depois da procriação a morte é o que resta. O robô, depois de procriar, ansiava pela morte.
A vida não faz sentido sem isso. Seja o que for estar apaixonado. Não existe segurança que suporte o ciclo da vida. Não existe ética mais forte que a natureza humana.
Amor é Vida. Se você se vê obrigado a pular a parte da procriação, só te resta a morte.

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